domingo, 24 de julho de 2011

EUA e forças armadas

Recentemente foi veiculado a possibilidade de homossexuais serem admitidos nas forças armadas americanas. Alguns poderiam ver isso como um avanço nos direitos homoafetivos, porém há que se entender que em verdade podemos identificar um viés de discriminação em tal atitude. Deve-se primeiramente verificar em quais condições tal autorização é considerada, ou seja, se há a necessidade de uma declaração expressa quanto à opção sexual do militar para que o mesmo não sofra preconceitos.

Em verdade, as vezes o que pode parecer um benefício pode caracterizar uma forma de discriminação velada. Senão vejamos: nunca houve discriminação quanto aos heterosexuais nas forças armadas de qualquer país. Porém, se a pessoa for homossexual, terá ela que declarar explicitamente sua opção sexual para que não sofra preconceitos nas forças armadas?

Tal exigência iria de encontro ao princípio da isonomia, onde todos são iguais sendo observadas suas peculiares diferenças.

Se formos considerar a hipótese em que for exigido a declaração de opção sexual do militar, tal comportamento poderá ser claramente considerado como um ato discriminatório. Caso contrário, se não for exigida tal declaração, ai sim podemos considerar um avanço das forças armadas em relação à conduta anterior de exclusão do militar de seus quadros.

Do que foi exposto concluímos que não devemos condenar nem aplaudir de forma prematura as novidades que são apresentadas em relação ao tema. Muitas trasformações estão ocorrendo em uma velocidade impressionante, e devemos ter muito cuidado e ponderação para podermos destacar aquelas ações que realmente são praticadas com o verdadeiro intuito de nivelar diversos grupos, daquelas que têm dissimulado objetivos verdadeiramente discriminatórios.

Muita reflexão, então, é exigida por todos com vistas a não absorverem quaisquer novidades ditas como benéficas, sem realizar uma prévia crítica e análise das consequências que dali advenham.


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